Índios e africanos tiveram forte influência em nossa paixão pelos cuidados com os fios, segundo a jornalista Leusa Araujo, autora do Livro do Cabelo.
O processo de libertação da aparência dos cabelos é recente. Em 1917, o corte [curto e reto] feito pelo cabeleireiro parisiense Antoine [a quem se atribui o famoso penteado de Coco Chanel] marca, depois de séculos, uma revolução de costumes, já que homens e mulheres quase sempre se distinguiram pelo comprimento das madeixas. O momento era a Primeira Guerra Mundial, quando boa parte das mulheres em toda a Europa ficou à mercê de seus próprios recursos para sobreviver. Elas ganharam as ruas e começaram a fumar e beber em público como se dissessem: “Olha, olha, agora que os homens não estão eu posso ir para a rua, fazer o que eles fazem!”. Além disso, a guerra provocou a escassez de produtos de higiene e do tempo dedicado aos penteados elaborados. Saem os coques altos e fofos sob chapéus mirabolantes e entra o estilo chanel, com cabelos curtos e pequenos chapéus canotier, originalmente usados pelos gondoleiros.
- Leusa Araujo trabalha com moda, beleza e comportamento desde 1982 e tornou-se pesquisadora da área para o mercado editorial a partir de 1994, quando fez pesquisa e edição de texto dos livros Chic, Chic Homem (Senac), Chic[érrimo] e Alô, Chics!, de Gloria Kalil, além de Maquiagem, de Duda Molinos (Senac). Atualmente, ela trabalha como pesquisadora para a novela Cheias de Charme, da TV Globo. O Livro do Cabelo é seu segundo título de não-ficção, depois de Tatuagem, Piercing e outras mensagens do corpo (2005, Cosac Naify).-
Fonte: Meus5Minutos
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